2007/08/08

"Certa noite, sonhei que marchava com a falange. Estávamos avançando por uma planície, de encontro ao inimigo. O terror gelava meu coração. Meus camaradas guerreiros caminhavam com passadas largas à minha volta, na frente, atrás, por todos os lados. Eram eu. O meu eu velho, o meu eu jovem. Fiquei ainda mais aterrorizado, como se fosse me fragmentar em pedacinhos. Então, todos começaram a cantar. Todos os meus “eus”. Enquanto suas vozes se elevavam em uníssono, todo o medo abandonou meu coração. Despertei com o coração tranqüilo e tive certeza que era um sonho diretamente de Deus.

"Entendi, então, que era isso que tornava a falange grandiosa. A cola invisível que a mantinha unida. Percebi que todos os exercícios e a disciplina que vocês, espartanos, gostam de martelar na cabeça dos outros não significam, na realidade, inculcar perícia ou arte, mas somente produzir esta cola."

Portões de fogo, Steven Pressfield
Livro VII - Cap. 32

2007/07/08

Canção de despedida

Ouça, meu amor... É a nossa canção.

É a nossa canção de despedida...

Vamos, meu amor, não faça do fim algo tão difícil.

A dor só existe quando se quer que exista; somos mais que isso.

Você não percebe que o fim pode ser algo ainda mais bonito que o princípio?

O mundo vai continuar girando. As flores desabrocharão na primavera. Os pássaros voarão livres. As estrelas estarão no céu; e a lua... ah! a lua... sempre será a mesma.

Você não ouve? É a nossa canção de despedida.

Em oito, Vênus retornará... e quem sabe com ela, o amor.

Ouça, meu amor, que de tudo ficará o quanto sei que não é real o seu fim...

2007/06/24

Silly sad little one

Black images and silly voices
You’re buying every day
Another depressive little boy
That’s what they gotta say

And life is so beautiful, they’d complain
But this world’s all stained

Angry colors and decorations
It’s the theme of every heart
And you still want to temp it
Just like you’d never do

Life would be so beautiful, you’d complain
- But I’m drained by... it’s stained!

Can’t you run away?
It’s old world’s way of life…
Won’t you save the world?
Starting for your life…
Can’t you hear the answers?
It’s all around!
You can hear these words
And you can stop it now…

Stop thinking, start doing
We’re all doing something
We’re always doing something

2007/06/01

Perto

Pode chegar perto, tudo bem
Sua presença já não me incomoda mais
Sei olhar nos seus olhos sem sentir o mesmo medo
E sei caminhar sozinho sem a sua luz

Pode chegar perto, tudo bem
O tempo diz que já te esqueci
As cores do mundo levaram toda a dor
E o que ficou foi o tempo que perdi

Pode chegar perto, tudo bem
As lembranças são o carinho que ficou
O caminho se perdeu antes do fim
E já não dá para voltar de onde estou

Pode chegar perto, tudo bem
Não acredite em nada que disse aqui
Pode chegar mais perto, vem
Que o que mais quero é você perto de mim

2007/04/24

"... Que, ainda que os homens adorem vários deuses e várias imagens, e tenham diferentes concepções da deidade adorada, e até pareçam as suas idéias ser contraditórias entre si, toda a sua fé se inspira em Mim.

"A sua fé em seus deuses e imagens não é senão o alvorecer da fé em Mim; adorando essas formas e concepções, eles querem adorar a Mim, sem o saberem. E, em verdade te digo, eu aceito e recompenso essa fé e adoração, uma vez que seja honesta e conscienciosa. Esses homens fazem o melhor que podem, conforme o estado de seu desenvolvimento..."

Bhagavad Gita

2007/04/12

"Quem conhece os outros é inteligente.
Quem conhece a si mesmo é sábio.
Quem vence os outros é forte.
Quem vence a si mesmo é poderoso.
Quem se faz valer tem força de vontade.
Quem é auto-suficiente é rico.
Quem não perde o seu lugar é estável.
Quem mesmo na morte não perece, esse vive."

Tao-te king, Lao Tzu

2007/04/04

"Assim, diz-se quem quando conheces a si mesmo e aos outros, a vitória não está em perigo; quando conheces o céu e a terra, a vitória é inexaurível."

A arte da guerra, Sun Tzu

2007/03/18

“_ Sonhei um dia que eu viajava para muito longe, sozinha, a um lugar que não conhecia, era como uma caverna escura. Perdida em seu interior, vagava de um lado para outro e chamava por você, mas você não estava. Só havia belas pinturas iluminadas com o seu nome e o meu.
“_ E qual é o final do seu sonho, triste ou feliz?
“_Não sei, depois de passado um tempo você chegava, procurava por mim, mas não podia me ver. Então encontrou meu nome escrito, desesperado você o levou a boca e, não sei como, meus lábios estavam ali.
“_ E depois, fomos felizes...
“_ Só um pouco, um dia um vento me tomou entre suas asas, me levou outra vez muito longe de você, a outro lugar, outro tempo. E, que besteira! Eu não me recordava do meu nome... Nem você do seu. Vivíamos perto, mas você era diferente, eu não te conhecia nem você tampouco a mim.
“_ Fantasias... Eu sempre te conhecerei, pelo perfume do seu corpo, pelo seu sorriso, pelos seus olhos, sobretudo por sua alma.”

1ª edição, cap. 56, pág. 395


“_ Ani, você ainda pensa nela? Passaram-se mais de cinco anos e nem um só dia você pôde esquecer.
“_ Ela está viva, Nito, viva, não a vê ao meu lado, não a sente?
“_ Talvez você tenha razão, porque só vive o que está na alma do homem, _ disse Neterhotep _ como o Egito viverá.”

1ª edição, cap. 63, pág. 445


O anel das lembranças dos gênios do Nilo, Juan Martín Carpio

2007/03/07

“A vida é curta, diz o sábio, aprendei, por tanto, vossa lição agora; ao reconhecerdes que a baixeza é algo mal, algo vil, abjurai logo as baixezas!

“Observai os homens deste mundo, como tremem, pobres coitados, têm tanta ânsia de viver e como se acovardam diante da morte.

“Vede como lutam eles por suas tolas ambições; parecem se bastante aos peixes de um rio cujas as águas rapidamente se vão secando. Ao ver isto, vivei cada qual a sua vida sem egoísmo e deixai, ao mesmo tempo, de se preocupar com a vida futura!”

Atthaka, o livro das oitavas

2007/03/01

“Considera quem te aponta os defeitos como se te desvendasse tesouros. Segue o sábio que te reprova os erros. Na verdade, estar em tal companhia é um grande bem, e não um mal.”

Dhammapada, caminho da lei

2007/01/21

"Agora escutem. Não se deixem desviar pelos relatos ou pela tradição da voz comum. Não se deixem desviar pela vossa experiência nas escrituras, nem pela mera lógica ou inferência, nem depois de considerar as razões, nem depois de refletir sobre alguma opinião ou aprová-la, nem porque se conforma com o devenir, nem porque quem a sustém é o vosso mestre. Mas quando reconheçais por vós mesmos: estas coisas não são boas, estas coisas são defeituosas, estas coisas são censuráveis pela pessoa inteligente, estas coisas quando executadas e levedas a cabo conduzem à perda e ao sofrimento - então aí sim, e somente assim, é que as rechacem por completo ou a acolham com benemerência."

A sabedoria de Sidarta: o Buda, Antônio Carlos Rocha