2011/06/25

Luna

En la simples totalidad de la inercia,
Una lágrima, como único movimiento,
Llena a los ojos cansados
En lo olvidar de pensamientos

Y cuándo pienso que he olvido
Es que observo nuevamente la Luna

Y cuándo pienso que la olvidé
Es que la Tierra insiste en girar
Es cuándo pierdo lo que pienso tener
Es cuándo no la encontró dónde debería estar

Así, temo que no regreses pero continúo a esperar
Y si después de mucho tempo yo la quiero olvidar
Me pierdo nuevamente a sentir las luces
Que por instantes me forcé a no observar

Miro entonces el horizonte y encontró mi lugar
Olvido ahora es el miedo, aguardo sin secreto mi Luna…

2011/06/14

Culpa

Olhos. Encaram-me nos olhos como se a culpa fosse minha, como se eu não fosse uma das vítimas. Por que? Por que não podem acreditar nas palavras que saem de minha boca? “Não fui eu”, insisto em dizer. Mas por que me olham assim?

Ela me encara, com aqueles grandes olhos azuis que me fizeram apaixonar, ainda desacreditada. Eu me aproximo, tento explicar, mas ela não me ouve, não se move, permanece estática encarando-me.

Aproximo-me mais, toco em sua mão. Nunca havia estado ao lado de um corpo tão frio. Gritos. Ela está morta, como não pude perceber? Abraço-a e a levanto, caímos juntos, ainda abraçados. Ela está morta. Lágrimas escorrem por meus olhos. Gritos.

Grito eu também junto à turba em minha volta. “Por quê?!!!!!!!!!”. A dor é horrível, por que, Deus? Por que ela teve que fazer isso comigo? Por que minhas maiores alegrias são arrancadas de meus braços sem ao menos um aviso?

Abraço-a, o sol desaparece em meio às nuvens. O dia se torna escuro, assim como minha alma se torna escura. Sinto ódio de todos ao meu redor que apontam em minha direção e gritam. Por favor, Deus, faça-os parar, quem sou eu para combater? Todos os seres do universo estão contra mim, não acreditam em minhas palavras.

Sou culpado por um crime não cometido por mim. Como pode um suicídio ter culpado? Como posso eu ser culpado pelo triste fim de minha amada?

Não chores, minha flor, que ainda estamos juntos, sei que meu corpo agoniza junto à lembrança de teu ser. Onde eu estava nas últimas horas que não a vi perder-se?

Não, perdeu-se há muito, apenas não se havia entregado.

A culpa não pode ser minha. Mas eles apontam em minha direção, como poderei viver agora com esse peso em minha vida, com mais este peso, a simples certeza de que por mim o seu fim se fez. Quem sou eu para tanto? Eu não a mereço.

Por que tanto apontam para mim? Gritos. Onde eu estava nas últimas horas? O que aconteceu? Por que não lembro do que fiz? A culpa. A dor. As lágrimas caem e o sol se mostra no céu novamente.

“Por que, Deus?”. Pergunto novamente, “por que ela e não eu?”. As lágrimas me impedem de ver o mundo como foi, eu apenas vejo sangue.

O sangue cai de meus olhos, não... o sangue pende de minhas mãos.

Encontro a culpa, torno-me então o assassino mais frio e o ser mais menosprezado por si mesmo na face da terra. Assassino de seu maior amor, que por tanto amor, não pode superar a dor de não ser feliz, e assim se desfaz do mundo e esquece o que mais lhe importa. Vive dia a dia a matar-se aos poucos, começando pelo mais doloroso para esquecer a dor: o coração.