2006/06/13

“ “O que acontecerá”, pensou, “se essa fragrância que vou possuir... desaparecer? Não como na lembrança, onde todos os aromas são eternos. A fragrância real evanesce no mundo. É volátil. E quando se gastar, não existirá mais o manancial onde a capturei. E eu estarei nu como antes, tendo de conformar-me com os meus sucedâneos. Não, será pior do que antes! Pois nesse ínterim terei conhecido e possuído a minha própria e maravilhosa fragrância, e não poderei esquecê-la, pois jamais esqueço um aroma. E, por toda a vida me consumirá sua lembrança, como me consome agora neste momento, a idéia de que hei de possuí-la... Para que dela necessito, então?” ”

O perfume, Patrick Süskind