2006/12/19

"A água de uma fonte existe a despeito da sede de quem vai bebê-la ou, sôfrego, a ela se atira. A água existe; é; flui. É dádiva e entrega. Sempre. Já a sede é uma necessidade, que valoriza a água, é certo, porém, água não é, pois não cria. A água existe a despeito da sede.

"Assim, o amor. Quando existe, é aquém e além da sede (necessidade) de quem o procura. Existe porque brota e vive, inexplicável, mas puro e fluido como a fonte. Ele flui. Ele independe da necessidade alheia. Amor não está. Amor é. Quem está amando não ama. Ama quem é amando."

Do amor: ensaio de enigma, Artur da Távola

2006/12/09

"Quão feliz é o destino da inocente donzela!
O esquecimento do mundo, pelo mundo esquecida.
Brilho eterno da mente sem lembranças!
Cada oração aceita, cada desejo renunciado."

Eloisa to Abelard, Alexander Pope