2006/11/21

“Quem quer que guiado nos mistérios do amor até o ponto a que chegamos, que é o de contemplação metódica e exata das belezas particulares, houver atingido o grau mais alto da iniciação, deparará, de súbito, com uma beleza sem par, precisamente a que fora antes o alvo soberano de seus esforços. Beleza incriada, perpétua, imperecível, incapaz de aumento ou diminuição. Beleza que não é ora bela, ora horrível; bela a este aspecto, horrível sob aquele; bela para uns e não para outros; bela aqui, não ali. Beleza que não pode afigurar-se à imaginação com rosto ou mãos ou o que quer que seja de corporal. Beleza que não é tal palavra ou ciência; que não reside em um animal, ou na terra, ou no céu, ou em qualquer coisa semelhante; mas em si mesma, e que permanece sempre idêntica a si própria.”

O Banquete, Platão

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